J.

Não gosto de ter medo. Não gosto de ter coração de papel, e de deixar que a minha imaginação vá para além do correcto. Tens razão, sou demasiado emotiva. Sinto tudo, sinto a fundo. Nada de superficialidades. Não é comigo, nem de mim. Sou de abraços fortes, de sorrisos duradouros, de felicidade (in)constante. Os braços a dançar, e as pernas a saltitar. Não sei ser menos do que isto. Boneca de porcelana, com coração de papel. Não sei ser eu, sem ti. Tu, o oposto de mim. Coração forte, alma pura. Não digo que tenho a alma pesada, apenas noto uma grande diferença entre nós os dois. Tu, de cabeça erguida, sempre de cara séria. Não choras, não demonstras tristeza. Não és de balelas, nem ninguém te leva em cantigas. Não dás o braço, a quem te pede a mão. Simplesmente, não te dás. Não a qualquer pessoa, não em espaço de semanas. Não, nada disso. Tu és difícil. Ninguém te conquista com cantigas de amor. Ninguém te conquista, com palavras. E nisso, és um tanto igual a mim. Nada de palavras, nada de meras palavras. Não serias tu, se assim fosse. As palavras não têm grande significado para ti. És de gestos, de acções, de olhares profundos. Não vou dizer que és especial ou diferente. Vou dizer que nunca conheci ninguém como tu, que me sussurrasse ao ouvido e que me deixasse num caos frenético interiormente. Que me desse toneladas de afecto, e que me surpreendesse cada vez mais, a cada dia. Que me fornecesse amor, no sentido mais puro da palavra. És de mim, meu, agora. 

« - Falo contigo, e a raiva sai toda. NÃO CURTO.

- Isso é porque eu sou muito zen.

- És és xD

- Viste? É sinal que tens de ficar comigo durante muito tempo.

- Também ando a achar que sim :c

- ah andas?

- ando sim amor... »