Já nem vale a pena dizer que te amo de coração cheio, pois não?

Passem os dias ou meses que passarem, eu vou continuar a dizer que os teus olhos estão verdes, e tu vais continuar a responder-me que eles são verdes. Aí, eu vou rir. Vou rir, como sempre. Vou continuar a morder-te, e tu vais continuar a dizer-me que te mordi com força. Aí, vais dar-me uma lambidela na cara, e eu vou tentar limpar na tua camisola. Não vais deixar. Eu vou insistir, e acabar por conseguir. Vou rir-me disso, depois. E tu também. Vou continuar a achar que tens um nariz super fofo, e tu vais continuar a dizer-me que é feio. Não me interessa. Eu vou continuar a achar-te adequado para mim, mesmo que não sejas do meu tamanho, mesmo que não gostes das mesmas músicas que eu, mesmo que sejamos completamente o oposto um do outro. Não me importo. Não me importo que gostes muito de ovos mexidos, quando eu não vou muito à bola com eles. Não me importo que me continues a fazer zumbidos no ouvido, se isso implica não ter que te deixar em qualquer instante da minha vida. Não és insubstituível, eu sei. Mas também sei que é deveras complicado, encontrar alguém tão compreensivo e tão sincero quanto tu. Alguém tão cheio de alma, como tu. Alguém que me leia nas entrelinhas e nos parágrafos ocultos. Alguém que me puxe com força, e que me beije apaixonadamente. És tu. Vais ser tu. E vais ficar guardado dentro de mim, embutido em algodão doce. Doce, tal como os sonhos. Tal como tu.